Se eu não tivesse quem decepcionar, encheria a cara, cairia, bombaria na facul e seria um pouco mais filha da puta - só pra perturbar. Porque eu tô ligada que quando eu quero eu perturbo, mas eu só perturbo porque insistem em me perturbar antes. Se eu não tivesse com quem merdar, merdaria feito uma louca - só pra perturbar, também. Porque, de novo, me perturbaram antes. E se eu não fosse tão cheia desse meu “tentar ser a melhor pessoa que eu puder”, agora estaria bebendo, rasgando meus milhões de textos, dando uns berros, socando pessoas e quebrando as coisas. Por que? Me perturbaram. Sorte que eu tenho.
Às vezes eu sinto vontade de estourar meu miolos (só que não -me amo demais pra isso). Às vezes eu passo minutos me encarando no espelho e me perguntando como eu pude ser tão estúpida, por tanto tempo. Eu já mudei muito pra fazer outras pessoas felizes. Se isso me fez mais feliz? Definitivamente não. Continuo tendo tantos problemas quanto antes, tantas críticas quanto antes, e decepções bem maiores que as anteriores.
Cansei. Cansei de querer todo mundo bem, de sorrir para todos, de ser carinhosa com quem não merece. Se a maioria das pessoas não consegue ser afetuosa com alguém sem estar afim, o problema é delas, não meu. Me disseram que eu não vejo maldade das coisas. Me chamaram de ingênua. Dizem que eu pareço fácil. Talvez seja verdade. Mas, E DAÍ? O que importa é como eu sei que sou, não é? Pelo menos eu tenho certeza de que eu sempre, absolutamente sempre, trato bem as pessoas que eu considero, que eu sou sincera, de que quem se dá ao trabalho de me conhecer direito acaba entendendo que, afinal de contas, porque não poderíamos ser legais com todo mundo? E que realmente é bom ser tratado bem por alguém que está por perto, só pra variar. A imagem que eu me importo é aquela que aqueles de quem eu gosto tem de mim, quando eu me importo.
Às vezes eu me pego me odiando mais do que qualquer outra pessoa. Às vezes eu me culpo, me lamento, me condeno, choro feito idiota. Mas diz aê, do que adianta? Do que adianta? Será que é o meu jeito de ser que está errado? Sinceramente? Acho que não. Sei que eu tenho mania de encarar as pessoas, sorrir pra qualquer um que passa no corredor, dar risadinhas bobas, apertar, abraçar, morder. Mas isso não é o problema. O problema é que eu considero em excesso pessoas que nem querem realmente me ter como amiga.
Acho que tá na hora de eu começar a tentar ser menos receptiva, pra variar. Tentar mudar novamente, por mais errado que isso me pareça. (E, afinal, não vai ser a primeira vez que eu caio e levanto sozinha.)
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